Caminhando pela praia, em um dia ensolarado, parei em um quiosque para beber algo. Chamei o garçom e fiz o pedido. Resolvi beber uma água de coco.
Sentada no quiosque, bebendo a água de coco, comecei a reparar nas pessoas que passavam, nas que caminhavam pelo calçadão e aquelas que se banhavam naquele mar agitado.
De repente, reparando no movimento e comportamento das pessoas, teve uma que me chamou a atenção. Uma menina de cabelos longos, bem vestida e de óculos escuro. Uma menina de comportamento quieto, sentada de frente para o mar. Com certeza reparando naquele mar agitado. Foi embora.
Depois no dia seguinte, o mesmo acontecimento, lá estava ela de novo, olhando aquele mar. Resolvi então sentar-se ao lado dela... Fui. Sentei, ela não disse nada e não esboçou nenhuma reação também.
Resolvi então puxar assunto. Falei de como eu me sentia vendo o mar, de como ele me dava um ar de liberdade.
Ela então, finalmente esboçou reação, disse que o mar também dava um ar de liberdade, mas para a minha surpresa, ela com tranquilidade e conformidade me disse que era cega, que infelizmente não podia enxergar o mar como eu, e ver como é bonito, mas como ela, via com os olhos da alma.
Nessa hora fiquei quieto, não sabia o que dizer, só fiquei pensando que o que vale realmente na vida é como damos a devida importância aquilo que realmente vale a pena. Mesmo sem poder enxergar, ela vias as coisas bonitas da vida.
